Quem já visitou Tiradentes, com certeza já se encantou com o visual magnífico da Serra de São José: as montanhas que podem ser vistas de qualquer ponto da cidade. Elas formam uma paisagem extremamente linda, difícil até de descrever tal beleza com palavras.
Bem como Tiradentes, as montanhas contam histórias. Área que já foi foco de exploração de minas, enquanto se caminha pelas trilhas da serra, podemos encontrar partes que foram calçadas por escravos no século XVIII, que era um caminho alternado por onde se desviavam as pedras dali extraídas, para evitar o pagamento de impostos à Coroa Portuguesa.
Com 12km de extensão, a serra tem início em Tiradentes e fim em Prados, um destino interessantíssimo para os amantes das travessias por montanhas, com cachoeiras espalhadas ao longo do caminho e uma visão privilegiada do mar de montanhas de Minas Gerais.
Dicas: para quem ama natureza e quer conhecer de perto a Serra de São José, reserve alguns dias para conhecê-la, fazer a travessia e aproveitar o clima gostoso de Tiradentes.
Já para quem quer fazer uma visita mais rápida às montanhas, há vários pontos na cidade que dão acesso à serra, com cachoeiras e poços espalhados pelas trilhas. O mirante, no fim da Trilha do Carteiro, é um dos lugares mais lindos, ideal para apreciar a beleza de Tiradentes do alto e também as belas paisagens de Minas Gerais.
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Nas últimas décadas do século XVII, bandeirantes paulistas avistaram de longe um pico, de onde poderiam avaliar a região na qual queriam explorar ouro. Ao subirem, eles tiveram a visão de uma terra farta em pedras preciosas e recursos minerais e decidiram se instalar na área. Foi aí que teve início a povoação de Santo Antônio do Rio das Mortes, atual Tiradentes, no Campo das Vertentes. Mais de 300 anos depois, o elevado que deu origem à cidade – hoje chamado de serra de São José – emoldura o centro histórico do município e está em vias de ser tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
As tratativas para o tombamento começaram em 1979, a pedido do Instituto Histórico e Geográfico de Tiradentes (IHGT), mas estavam paradas desde então. Somente em agosto deste ano é que o Iphan retomou o processo. A expectativa é que até 2021 o reconhecimento federal seja concluído.
O processo é aguardado com ansiedade pela população, segundo o presidente do IHGT, Rogério de Almeida. “Estamos falando de uma área com grande biodiversidade, que precisa ser protegida e receber investimentos para conservação”, diz.
Segundo o secretário municipal de Cultura e Turismo, Henrique Rohrmann, é urgente uma proteção maior à serra, que vem sendo vítima de crimes ambientais, como incêndios e exploração irregular de plantas nativas para comercialização, especialmente orquídeas e bromélias.
Há uso da área para pastagem clandestina de animais, corte de árvores nativas para cercas e realização de trilhas por motoqueiros com a consequente destruição de caminhos históricos. Um exemplo de patrimônio ameaçado é a chamada “Calçada dos Escravos”, construída por escravos no século XVIII. Este era o caminho por onde se desviava ouro para não se pagarem os impostos à Coroa portuguesa.
Boom
Um possível avanço da mineração e um boom imobiliário em uma área protegida ao redor da serra também amedrontam os moradores. “Uma mineradora já atua lá perto, mas está com a concessão vencendo. Não podemos abrir espaço para outras”, afirma Rohrmann.
Antes mesmo da conclusão do processo de tombamento, as irregularidades já estão no radar do Iphan, segundo a chefe do escritório técnico em Tiradentes, Camila Tangerino. “A gente já discute com o pessoal do IEF (Instituto Estadual de Florestas) a possibilidade de haver um controle no acesso à serra. Já sabemos da necessidade de ter ponto de recepção e até orientação em relação à conservação para quem for fazer trilha”, afirma.
Esta não é a primeira iniciativa de preservação. Há 30 anos, a serra se tornou uma Área de Preservação Ambiental (APA) e, desde 2004, tem uma área considerada Refúgio de Vida Silvestre (Revs) de libélulas, o que garante proteção do Estado. Segundo o gerente da APA, Itamar Christófaro Silva, por essa razão, 15 pessoas ficam por conta da gestão do local. “Se não fosse a criação da APA, a serra estaria praticamente toda alterada”.
A charmosa Maria Fumaça, a mais antiga em operação no país, transporta passageiros entre as cidades históricas Tiradentes e São João del-Rei, em Minas Gerais. Os dois municípios, fundados no comecinho do século XVIII, preservam a arquitetura colonial e as características das cidades históricas mineiras.
História
A antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), inaugurada em 1881 por Dom Pedro II, abre caminho entre o Cerrado e a Mata Atlântica para levar o turista a um belo passeio pelas serras do complexo de São José. Além das belezas naturais, o passeio também conta com grandes atrações turísticas e culturais como a Rotunda, o incrível giro da locomotiva – realizado de maneira manual, preservando o costume da época da Maria Fumaça – e o Museu Ferroviário.
São 12 km de travessia por uma belíssima diversidade ecológica e paisagens que ainda preservam a arquitetura do século XIX.
Museu Ferroviário de São João del-Rei
A estação de São João Del-Rei é uma atração à parte. No prédio, também construído no século XIX, funciona o Museu Ferroviário inaugurado em 1981, ano do centenário da Estrada de Ferro Oeste de Minas. O acervo reúne objetos que contam a história da ferrovia no Brasil e na região, como a EFOM nº 1, a primeira locomotiva da ferrovia. Pela riqueza de materiais, o Complexo Ferroviário da Estrada de Ferro Oeste de Minas é um dos maiores do Brasil.
Manobra da Maria Fumaça
A estação de Tiradentes tem uma rotunda, um impressionante mecanismo manual para girar a locomotiva, que continua sendo usado até hoje. Os funcionários da estrada de ferro soltam a locomotiva dos vagões, e ela segue até uma rotunda, alguns metros mais à frente da estação. Quando a máquina está devidamente posicionada, os funcionários começam a empurrar o mecanismo. Lentamente, a locomotiva muda de sentido. Ela segue por um trilho paralelo até ser engatada novamente no outro lado dos vagões, que permaneceram parados no mesmo lugar. Tudo pronto para fazer o caminho de volta até São João del-Rei!
Tarifas
Inteira ida: R$ 70,00 | Inteira ida e volta: R$ 80,00
Meia ida: R$ 35,00 | Meia ida e volta: R$ 40,00
Entrada gratuita para crianças de 0 a 5 anos mediante apresentação de certidão de nascimento.
Meia-entrada (50%) válida para:
– Crianças de 6 à 12 anos mediante apresentação de certidão de nascimento;
– Estudantes mediante apresentação da documentação de escolaridade e identidade com foto;
– Pessoas acima de 60 anos apresentando documento de identidade com foto.
Os ingressos de meia-entrada são válidos apenas para a compra na bilheteria das estações de São João Del Rei e Tiradentes.
Para comprar as passagens, acesse:
Estação São João del-Rei
Avenida Hermílio Alves, 366, Centro, São João del-Rei/MG, Brasil
+55 (32) 3371-8485
Bilheteria: 8h30 às 17h, de quarta a sábado e 8h30 às 12h, aos domingos
Estação Tiradentes
Praça da Estação s/nº, Tiradentes/MG, Brasil
Bilheteria: 8h30 às 17h, de quinta a sábado e 8h30 às 12h, aos domingos
Museu Ferroviário de São João del-Rei
Avenida Hermílio Alves nº 366, Centro, São João del Rei/MG, Brasil
Funcionamento: 8h30 às 17h, de quarta a domingo
Além do centro histórico, do belo conjunto arquitetônico, do atrativo gastronômico e cultural, Tiradentes ainda possui espaço em que o ecoturismo é um dos destaques. Por isso, prepare a mochila, roupas e calçados confortáveis e deixe o clima da cidade um pouco de lado para respirar ar puro. Entre as opções, caminhadas, cavalgadas e trilhas “off road”.
Tiradentes tem uma topografia privilegiada para o ecoturismo. As trilhas da Serra de São José são os cenários de atividades como trekking e passeios de bike, de jipe e até de carro. A cadeia montanhosa de 12km de bloco rochoso circunda as cidades de Tiradentes, São João del-Rei, Prados, Coronel Xavier Chaves e Santa Cruz de Minas.
Existem trilhas variadas que levam a mirantes e passam pela Trilha do Carteiro. Nela está a Calçada dos Escravos, que é um calçamento do século XVII feito por eles, onde muita gente passou desviando ouro para evitar de pagar os impostos para a Coroa Portuguesa. Vale a pena programar o passeio. Prefira fazer os tours com guia, a sinalização diminui durante os percursos.
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